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terça-feira, 14 de maio de 2019

Irmã Dulce será proclamada como Santa pelo Vaticano

A beata Dulce Lopes Pontes, conhecida como Irmã Dulce – “O Anjo bom da Bahia” – será proclamada como Santa pelo Vaticano. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 13. De acordo com o site Vatican News, o Papa Francisco recebeu o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Becciu, que autorizou o Dicastério vaticano a promulgar o decreto.


Trajetória
Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes nasceu em 26 de maio de 1914, em Salvador. Segunda filha do dentista Augusto Lopes Pontes e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, a menina que gostava de soltar pipa e jogar futebol manifestou o interesse pela vida religiosa no início da adolescência.

Segundo a instituição Obras Sociais Irmã Dulce, por volta de 1927, aos 13 anos de idade, a adolescente começou a atender doentes no portão de casa, conhecida mais tarde como "A Portaria de São Francisco", tal a aglomeração de desassistidos.

Em 1933, a jovem ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, no Convento de Nossa Senhora do Carmo, em São Cristóvão (Sergipe). No mesmo ano, recebeu o hábito e adotou, em homenagem à sua mãe, o nome de Irmã Dulce.

Em 1935, Irmã Dulce iniciou um trabalho assistencial nas comunidades carentes, sobretudo nos Alagados, conjunto de palafitas que se consolidara na parte interna do bairro de Itapagipe. Nessa mesma época, começou a atender também aos operários, criando um posto médico e fundando, em 1936, a União Operária São Francisco - primeira organização operária católica do estado.

Em 1939 ocorreu o fato que definiu o futuro de sua ação social: a invasão de cinco casas, na Ilha dos Ratos, para abrigar doentes que não tinham onde ficar. Dez anos depois, Irmã Dulce ocupou, com autorização da sua superiora, o galinheiro do Convento Santo Antonio (inaugurado dois anos antes), levando para lá 70 doentes.

A iniciativa deu origem à tradição oral propagada, pelo povo baiano, de que a freira construiu o maior hospital da Bahia a partir de um galinheiro. Em 1959, foi estabelecida oficialmente a Associação Obras Sociais Irmã Dulce e, no ano seguinte, inaugurado o Albergue Santo Antônio.

Doentes, albergados, deficientes e órfãos: o trabalho assistencial de Irmã Dulce que respirava com apenas 20% da capacidade pulmonar, atingiu proporções ainda maiores nas três décadas seguintes, sendo definido pela própria freira como "a última porta" a quem recorrem os menos assistidos.

Irmã Dulce morreu no dia 13 de março de 1992, aos 77 anos, no Convento Santo Antônio, ao lado de seus doentes. O túmulo da freira está na Capela das Relíquias, local para onde seus restos mortais foram transferidos após exumação, em 9 de junho de 2010. A visitação está aberta durante todos os dias, das 7h às 18h. A capela fica no Santuário de Irmã Dulce, no bairro do Bonfim, em Salvador.

Primeiro milagre
Em 2003, dez médicos brasileiros e três italianos relataram um "caso extraordinário de cura", milagre que foi reconhecido por unanimidade pela Congregação para as Causas dos Santos. O milagre ocorreu em janeiro de 2001, quando Claudia Santos de Araújo, de Sergipe, devota da Irmã Dulce, sofreu uma grave hemorragia durante o parto e ficou em coma.

Os médicos lhe deram apenas horas de vida. No entanto, um sacerdote amigo que sabia da fé da mulher na missionária orou pedindo por sua saúde, e em questão de horas ela estava completamente recuperada. Dois dias depois, recebeu alta do hospital com seu bebê, sem explicação médica.

Irmã Dulce foi declarada venerável pelo Vaticano em 2009 e, quando seu corpo foi exumado e transferido para a catedral de Salvador, em 2018, estava intacto, mumificado naturalmente, sendo interpretado pela igreja como um sinal de santidade.

Famosos
Algumas personalidades públicas manifestaram felicidade à informação da canonização de Irmã Dulce. O prefeito de Salvador ACM Neto afirmou ser um reconhecimento a história da beata.

“Estou muito feliz e emocionado com a confirmação divulgada hoje pelo Vaticano, mesmo sabendo que Irmã Dulce sempre foi considerada Santa por nós, baianos. Essa notícia é um reconhecimento à história do Anjo Bom da Bahia, que construiu uma obra grandiosa de amor e caridade. Agora, mais do que nunca, ela seguirá iluminando os nossos caminhos e sempre viva no coração de todos nós”, afirma ACM Neto.

Além disso, muitos publicaram sobre o caso nas redes sociais. O E.C.Bahia aproveitou para anunciar também que retomou a parceria com a Obras Sociais Irmã Dulce.

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